terça-feira, 29 de março de 2011

0 "Tem como esquecer um filho?"



São três anos de saudade e um de justiça feita, sensação de missão cumprida, alívio ao poder dizer Adeus a Isabella. Finalmente ela pôde descansar em paz.
O que fica? Vazio. Falta. Silêncio. Perguntas.
Isabella foi encontrada ferida no jardim do edifício London na zona norte da capital Paulistana, onde moravam seu pai e sua madrasta, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Tinha apenas cinco anos de idade, em 29 de março de 2008. Após investigações, o casal foi acusado como autor do crime, e o que aconteceu de abril de 2008 a março de 2011, todos nós acompanhamos de perto. Isabella não voltou nem voltará, Ana Carolina Oliveira, mãe da pequena, segue vivendo um dia de cada vez, tentando reconstruir tudo do zero, já que a vida que tinha antes, se perdeu, foi sepultada junto com a filha assassinada no auge da infância.
Sim, o Brasil Inteiro chorou e ainda chora a perda da pequena Isa, a tem como um anjinho que voltou ao céu.
Segue abaixo a entrevista concedida por Ana Carolina Oliveira hoje, publicada pelo site de noticias G1.

G1 - Quase um ano depois, qual foi o significado da condenação dos réus acusados de matar Isabella para a sociedade?
Ana Carolina Oliveira -
Pra mim, foi um sentimento de justiça feita. Ver que neste caso não houve impunidade, ou melhor, muito pelo contrário, pois vimos a dedicação, o profissionalismo do inicio ao fim.
G1- Se existe alguma lição, qual foi a que você aprendeu nesse período?
Ana Carolina -
Neste caso existem muitas lições. Hoje ainda é difícil explicar exatamente, mas as feridas, seguidas do amadurecimento, tentam entrar em equilíbrio.

G1 - Você chegou a dar apoio a algumas famílias que tiveram seus parentes assassinados, como a mãe de Mércia Nakashima. Você pretende ajudar mais pessoas que, assim como você, perderam alguém de modo cruel ou violento?
Ana Carolina -
Eu não tenho nenhum projeto concreto como uma ONG para esse tipo de ajuda. Eu como todo e qualquer cidadão se comove com tanto casos bárbaros e o descaso das pessoas pela vida humana, seja alguém da família ou alguém de longe, mas o que estiver ao meu alcance e o que eu puder fazer pra ajudar toda e qualquer pessoa que passe por algum sofrimento como o da perda eu farei com toda certeza.

G1 - Na última vez que concedeu uma entrevista ao G1, você comentou que iria retomar a vida. Passa pela sua cabeça como seria voltar a ser mãe, desde a gestação até o parto e a escolha do nome da criança?
Ana Carolina -
A minha vida está sendo retomada um dia de cada vez. Com toda certeza e se Deus permitir quero ser mãe novamente. Não sei como vai ser como isso acontecer, mas é certeza que quero realizar esse sonho novamente.
G1 - Pensa em voltar a ter filhos, constituir uma nova família, se casar ou adotar uma criança?
Ana Carolina -
Esses são uns dos meus grandes planos de vida.
G1 - Qual o significado dessas três datas para você: dia 27 de março (condenação do casal Nardoni), dia 29 de março (morte de Isabella), e dia 18 de abril (nascimento de sua filha)?
Ana Carolina -
Com toda certeza essas datas são marcantes, mas eu diria que TODOS os dias são marcantes, pois ela não voltará NUNCA, e não apenas em algumas datas.

G1 - Quase um ano após a sentença do casal, porque você acha que sua filha foi morta?
Ana Carolina -
Continuo com a mesma opinião. Um ciúme gerado, ou algo que tenha lembrado meu nome em algum momento seguido de discussões.

G1 - Em 2010, você afirmou que o pai de Isabella deveria ter zelado pela filha e não fez isso. Tem vontade de dizer algo agora aos parentes dos condenados ou ao casal?
Ana Carolina -
Eu penso que tudo que houve desde que tudo aconteceu já disse TUDO. E continuo afirmando que quem deveria zelar pela vida dela seria ele.

G1 - Como está a Ana Carolina um ano após o julgamento e condenação dos acusados de matar sua filha?
Ana Carolina -
Eu diria que mais madura, mais firme. Na verdade hoje faz um ano de julgamento seguido de três anos da ausência da minha filha.
G1 - Sua mãe tem uma tatuagem com o nome de Isabella para lembrar da neta dela. E você, como se recorda de sua filha?
Ana Carolina -
Tem como esquecer um filho?

Ana hoje tem 26 anos, e completa 27 no próximo dia 5. Isabella completaria 9 no próximo dia 18.

Fonte: G1.


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