sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

2 Uma dor sem remédio,que tempo nenhum cura.

O jeito meigo e delicado da bailarina que virou atriz,mergulhou o público num êxtase, na pele de Yasmim.Fascinou o Brasil.Mais sua brutal saída de cena,mergulhou o mesmo público em uma tristeza feito ferida aberta,que jamais será curada.
Nas palavras da jovem Camila,fã de Daniella,hoje aos 25 anos de idade,a dor de se perder aquele a quem se ama.
-O DESABAFO DE CAMILA-
Angústia
Difícil escrever algo quando tudo parece que já foi dito. Mas há em mim uma necessidade grande de exprimir tudo que penso sobre esta história de final triste. Talvez porque escrevendo a gente acalme um pouco o nosso coração.Não conheci Daniela pessoalmente. Quando ela se foi eu tinha 8 anos e agora, ironia do destino, sou mais velha do que ela jamais chegou a ser. De lá para cá houve muitos crimes bárbaros e todos me causam nojo. Mas o caso da Daniela me é especial. Quando digo isso ouço comentários maliciosos do tipo “se fosse uma favelada ninguém se importaria”. Não vou entrar nesse mérito, cada um que pense o que quiser. A dor é minha e assim continuará.E dói mesmo... Dói ver as cenas da Yara em O Dono do Mundo. A gente parece voltar no tempo... parece que é tudo atual e que nada aconteceu. Tão inacreditável! Dói ver a doce Yasmin dançando cheia de graça. Dói ver o vídeo dela com o marido nos EUA. No comecinho do vídeo ela faz uma carinha meiga; meio sorrindo, meio com a vista ofuscada pelo sol. Linda, jovem, simples. Não dá para ver sem chorar.Dói saber que ela parou no tempo naquela noite de 28 de dezembro há 17 anos. E de lá para cá seu nome só aparece na coluna policial e nas homenagens de amigos e fãs quando deveria estar nos créditos de vários novelas, peças de teatro, especiais de fim de ano. Mas ela não está mais aqui. Nunca teve no bolso uma nota de Real, não viu o Brasil ser tetra, ser penta, não aderiu à moda dos esmaltes coloridos, não fez (embora não precisasse!) escova progressiva, não viu o Titanic, não ouviu tantas músicas bonitas que surgiram de lá para cá... Que roupas ela usaria hoje, já que a “Yes, Brazil” (sua marca favorita) faliu? Hoje o espaço e o tempo dela são outros. Muito melhores, espero. Mas para a gente que fica dá aquele aperto no peito, sabe?
Obviamente não dá para comparar nossa dor com a dor da Glória, do Sr. Luiz Carlos, do Raul... Eles sofreram/sofrem aquela dor lancinante da perda de alguém do convívio íntimo. Ficou a casa vazia, o cheiro nas roupas, o fio de cabelo perdido na fronha, a voz na secretária eletrônica, o iogurte que ela tomava estragando na geladeira... E até hoje, tenho certeza, aquele vácuo. O telefone que não toca mais naquele horário, o telefonema de aniversário, o som dos passos pela casa, tudo, tudo. Sempre que via (na época dos fatos com mais freqüência) a Glória e o Raul dando entrevistas, eu pensava – meu Deus, daqui a pouco desligam-se as câmeras, o público esquece e esse vazio é só deles. Que angústia! Deve dar uma vontade de gritar... Mas eles foram e são fortes. Graças a Deus.O que mais entristece, angustia, deixa a gente mal, é saber que nada disso precisava ter acontecido. Quando se perde alguém por doença ou até por acidente, há aquele consolo – foi assim porque Deus quis. Neste caso, Deus não quis nada disso. Longe Dele. Foi idéia insana e covarde de duas criaturas que não mereciam viver no mesmo mundo em que vive gente de bem. Eles causaram isso por livre e espontânea vontade. Por inveja, vaidade, cobiça, por serem medíocres. Não consigo imaginar que naquele dia os dois acordaram, tomaram café da manhã, escovaram os dentes, deram aquela última olhadinha no espelho antes de sair de casa e foram para rua cientes do que estavam prestes a fazer. Como pode alguém ser tão frio, tão cruel? Houve todo o tempo do mundo para voltarem atrás, se arrependerem, pensarem melhor... Como não desistiram?! Não consigo conceber. Uma mulher grávida... Dizem que as grávidas ficam sensíveis, sentimentais... Nada! Não pensaram sequer no próprio filho. Um casal que trucida uma moça indefesa, tendo a assassina um filho na barriga, é uma das cenas mais grotescas que posso imaginar. O que será que passa na cabeça deste rapaz quando ele pensa que estava ali, na barriga da mãe, enquanto ela matava alguém? ...
Meu coração se parte quando vejo as entrevistas onde a Dani conta seus planos de engravidar, de ficar o resto da vida ao lado do Raul... Coitada, mal sabia que seu “resto de vida” seria tão breve. Meus nervos se exaltam quando penso que podemos encontrar esses tipos em qualquer esquina próxima. Saber que estão por ai lépidos e faceiros. Vivendo, convivendo, “se dando uma chance de ser feliz” (segundo o crápula em seu Orkut). E a gente? E a família? E a Dani que não teve chance? ...É um inconsolável vazio...
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São perguntas que Camila,Patricia,Priscila,Paulo,Damiana,Regiane,a pequena Karina,eu,e milhares de fãs nos fazemos todos os dias.
E a resposta ? Essa nunca chega. Quem poderia responder ? A justiça ? que indultou os assassinos,e nos condena diariamente ?
A impunidade que cerca a morte de Daniella,mata pelo menos 105 jovens por dia no Brasil.
Fechemos então as brechas dessa lei.
Camila,obrigada por compartilhar conosco esse sentimento de revolta e indignação.

2 comentários:

Mada disse...

Seu Blog cada vez mais maravilhoso.Beijos

Pri disse...

Triste..chorei com esse texto da Camila.. não tinha lido na comunidade,ela expressa exatamente o que sentimos,dor e revolta.Obrigada por compartilhar Jé.